Em 1755, o filósofo alemão Immanuel Kant sugeriu que a origem do Sistema Solar estava relacionada à rotação de uma nuvem constituída por gases e poeira cósmica chamadas de Nébulas. Descobertas científicas nas últimas décadas tem levado a adoção dessa antiga idéia por parte dos cientistas modernos, agora denominada Hipótese Nebular. Astrônomos equipados com modernos telescópios registraram muitas nébulas deste tipo e também identificaram os materiais que as formam. A maior parte dos gases são hidrogênio e hélio, enquanto que as partículas, quimicamente, são similares aos materiais rochosos encontrados na Terra.
A teoria da Hipótese Nebular prediz que o Sistema Solar começou a formar-se quando uma nuvem constituída por gases e poeira, que estava rotacionando vagarosamente, contraiu devido a força da gravidade, isto é, os materiais que a compunham foram atraídos entre si por causa de sua massa. A contração, por sua vez, acelerou a rotação das partículas, e essa rotação mais rápida transformou a nuvem em uma forma de disco ou espiral.
Devido a gravidade, a maior parte do material da nuvem começou a se dirigir para o centro, acumulando-se em um proto-Sol, o precursor do nosso atual Sol. Comprimido em seu próprio peso, o material no proto-Sol tornou-se denso e quente. A temperatura interna do proto-Sol ascendeu a milhões de graus, ao ponto de começar a fusão nuclear que se prolonga até os dias de hoje.
Ainda que a maior parte do material da nébula original estivesse concentrada no proto-Sol, um disco gases e poeira remanescente, chamado de nébula solar, ainda permanecia a envelopar o sistema. Quando essa nébula, devido a força da gravidade, transformou-se em uma forma de disco, tornou-se mais quente e densa na região interna, onde a maior parte do material acumulou, e mais fria e menos densa nas regiões externas. Uma vez formado, o disco começou a resfriar e a maior parte dos gases condensaram (isto é, os materiais que estavam sob forma de gases mudaram seu estado físico para uma forma sólida ou líquida).
A atração gravitacional provocou a colisão do material particulado e do material condensado, fazendo com que esses se aglutinassem em pequenos fragmentos, os planetesimais, que continuaram a colidir e grudar entre si, formando corpos maiores que a Lua. No estágio final dos impactos cataclísmicos, alguns poucos destes corpos maiores, com seu grandes campos gravitacionais, atraíram os outros corpos menores formando os nove planetas da órbita solar. Cálculos teóricos indicam que toda esta atividade pode ter ocorrido em um "curto espaço de tempo geológico" de menos de 100 milhões de anos. Estes "rápidos" eventos geológicos ocorreram em torno de 4,56 bilhões de anos atrás, baseados na na idade de meteoritos que ocasionalmente chocam-se com a Terra e que acredita-se atualmente que sejam remanescentes daquela época longínqua.
Quando os planetas formaram-se, aqueles que orbitavam próximos ao Sol e aqueles em estavam em órbitas afastadas do Sol, desenvolveram-se em caminhos marcadamente distintos:
Os quatro planetas mais próximos do Sol, denominados de planetas internos, são Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Eles também são conhecidos como planetas terrestres, ou do tipo Terra. Ao contrário dos planetas externos, os quatro planetas internos são pequenos e rochosos. Eles cresceram em condições que foram tão quentes que os materiais voláteis (aqueles que se tornam gases e evaporam a relativamente baixas temperaturas) não foram retidos em quantidade. A radiação e o calor do Sol "sopraram" para longe a maior parte do hidrogênio, hélio, água e outros gases leves e líquidos, deixando para trás, metais densos, tais como o ferro e outros metais e substâncias formadoras de rochas. Ao redor de 4,5 bilhões de anos atrás, os planetas internos emergiram como massas rochosas densas.
Neste mesmo cenário, a maior parte dos materiais voláteis que foram "soprados" para as regiões externas do Sistema Solar foram acumulados em quatro grandes planetas – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – e seus satélites. O resto dos materiais voláteis foram levados para fora do Sistema Solar. Ainda que esses planetas tenham um núcleo rochoso, como o Sol, são compostos a maior parte de hidrogênio, hélio e outros constituintes leves da nébula original. O minúsculo planeta Plutão, cuja órbita é a mais distante do Sol, é uma estranha combinação de rochas, gases e gelo.
Referências bibliográficas utilizadas na confecção do texto acima:
Hamblin, W.K. & Christiansen, E.H. 1998. Earth,s Dynamic Systems (Eighth Edition). Prentice-Hall, Inc. 740 p.
Press, F. & Siever, R. 1998. Understanding Earth (Second Edition). W.H. Freeman and Company. 682 p.